INCT Leveduras

Nova espécie encontrada na Floresta Amazônica tem potencial para produção de biocombustíveis

A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, professora Marina Silva, está sendo homenageada com uma descoberta de interesse biotecnológico para o Brasil realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras). A ex-senadora e deputada federal recebeu o nome de uma nova espécie de levedura encontrada na Floresta Amazônica brasileira no Brasil.

A homenagem se justifica pelo fato de “a ministra ser uma das principais personalidades que luta pela preservação da floresta amazônica”, afirmou o biólogo Carlos Rosa, coordenador do INCT Leveduras. Ele justifica a homenagem pelos “incontáveis esforços da ex-senadora, em favor da sustentabilidade ambiental”. Além de ser natural do estado do Acre, a deputada federal Marina Silva, acumula mais de quatro décadas de militância e vida pública, sendo referência para diferentes gerações no que diz respeito à questão ambiental.

O microrganismo descoberto pelos cientistas do INCT Leveduras pertence ao gênero Spathaspora e é descrito em artigo publicado no último sábado na revista Yeast, uma das mais destacadas publicações do mundo na área de microbiologia. A nova espécie é original de quatro isolados, obtidos de madeira apodrecida e galerias de besouros passalídeos, coletados em diferentes pontos da Floresta Amazônica, entre 2015 e 2019.

As leveduras foram caracterizadas de acordo com sua morfologia e padrões de crescimento na presença de diferentes fontes de carbono e nitrogênio. Depois de analisá-las, os pesquisadores constataram que a nova espécie foi capaz de acumular xilitol e produzir etanol a partir de D-xilose (principal açúcar da lignocelulose), uma característica de interesse biotecnológico comum a várias espécies do gênero Spathaspora.

A lignocelulose faz parte da biomassa vegetal, em conjunto com a celulose e a lignina. As leveduras industriais (Saccharomyces cerevisiae) não são capazes de fermentar a D-xilose da lignocelulose em etanol. Esta espécie nova, e outras do gênero Spathaspora, são fermentadoras de D-xilose, e podem ser “domesticadas” para aplicação na produção de biocombustíveis, explica o professor Carlos Rosa.

No artigo “Spathaspora marinasilvae sp. nov., uma levedura fermentadora de xilose
isolado de galerias de besouros passalídeos e madeira podre no bioma da floresta amazônica”, os pesquisadores afirmam que as características na nova levedura destacam sua potencial relevância industrial. Com a expansão do conhecimento sobre o gênero, “o significado ecológico e biotecnológico de Sp. marinasilvae pode se tornar mais evidente, facilitando futuras explorações e aplicações em diversos campos”.

O artigo que descreve a levedura está disponível na íntegra em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/yea.3966

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