Glória Franco, do ICB UFMG, foi reconhecida por sua pesquisa em análise de genomas e transcriptomas
Por suas pesquisas sobre genomas e transcriptomas de diferentes organismos, dentre os quais as leveduras, a bióloga Glória Regina Franco, coordenadora do Núcleo de ômicas e bioinformática do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras), acaba de receber a Medalha de Mérito da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C), um reconhecimento “por seu papel no fortalecimento da bioinformática no Brasil”.
Para Glória Franco, professora titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB UFMG), a bioinformática é uma área de ponta, muito demandada atualmente para análise, interpretação e processamento de dados biológicos complexos. “Não só na genética, na bioquímica, na biologia molecular, na fisiologia, na biologia celular, a bioinformática permeia diversos campos, sendo fundamental para o conhecimento da estrutura e função dos genes e suas expressões nos seres vivos e, assim, auxiliar no desenvolvimento de novas terapias e medicamentos, ou mesmo novos processos biotecnológicos”, ressaltou a professora.
Destacando o fato do prêmio ser concedido a uma mulher, Glória Franco cita os desafios de atuar em uma área de fronteira do conhecimento majoritariamente composta por profissionais homens oriundos da informática. “Não foi fácil ser uma mulher pesquisadora nesse mundo. Apesar do respaldo da comunidade, muitas vezes, temos de provar que temos a competência adequada para atuar na área”, reflete.
Glória Franco foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG e presidente da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C), tendo também coordenado dois cursos de extensão em bioinformática na mesma universidade. É orientadora dos Programas de Pós-graduação em Bioquímica e Imunologia e Bioinformática, ambos com nota 7,0 na CAPES.
SOBRE AS LEVEDURAS
De acordo com a professora Glória Franco, que é doutora em Bioquímica e Imunologia, as pesquisas sobre o genoma e o transcriptoma das leveduras ajudam os cientistas a entender melhor o funcionamento desses microrganismos e, assim, contribuir para a melhoria da qualidade de alimentos, medicamentos e bebidas, por exemplo. “Elas também servem como modelo para o estudo de doenças humanas, porque têm muitas semelhanças com nossas células. Entender como elas funcionam e se expressam seus genes pode trazer benefícios diretos para a saúde, a indústria e o meio ambiente”, esclarece.
MEDALHA DE MÉRITO CIENTÍFICO
A Medalha de Mérito Científico é a maior honraria concedida pela AB3C em reconhecimento aos pesquisadores e pesquisadoras que atuam na difusão, popularização e pesquisa em bioinformática no Brasil. A concessão ocorre anualmente, regida por edital específico para indicação de cientistas.
De acordo com a AB3C, Glória Franco vem promovendo colaborações científicas, como incentivo à parceria entre instituições, que consolidaram a área de bioinformática como estratégica para o avanço nacional. Além de sua atuação como educadora, sua pesquisa trouxe avanços para diversas áreas, resultando em mais de 130 publicações de impacto e colaborações internacionais. Como educadora, formou 26 mestres e 32 doutores, contribuindo para a disseminação da bioinformática no país. “Sua liderança e dedicação à ciência justificam seu reconhecimento”, destaca o site oficial da instituição.
AB3C
A Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional é uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o ensino e a pesquisa de Bioinformática e Biologia Computacional. Anualmente, realiza o maior evento nacional da área, o X-Meeting, Congresso Brasileiro de Bioinformática.
Redação: Dayse Lacerda
Jornalista de Ciência e Assessora de Comunicação e Divulgação Científica do INCT Leveduras. Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do CNPq https://www.linkedin.com/in/dayse-lacerda-40b60131/